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18 de outubro de 2018

Pagamento do 13º, ameaçado por Bolsonaro, garante R$ 211 bilhões na economia

Benefício criado nos anos 1960 está na mira da candidatura Bolsonaro e já foi chamado de “jabuticada” pelo ex-general Mourão, seu vice

A economia brasileira será incrementada neste fim de ano com cerca de R$ 211,2 bilhões – valor equivale a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) – que serão pagos aos trabalhadores formais e beneficiários da Previdência que têm direito ao 13º salário, benefício que está na mira da campanha do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, do PSL, que vive criticando um suposto excesso de direitos da classe trabalhadora.

O vice de Bolsonaro, general Mourão (PRTB), em palestra a empresários chegou a dizer que o 13º é uma “jabuticaba” brasileira, produto típico do Brasil,  e defendeu sua extinção. Para compensar o mal-estar que poderia causar estragos na campanha, Bolsonaro determinou que seu vice falasse menos e cogitou até criar um 13º para os beneficiários do Bolsa Família, programa que ele criticou a vida inteira. Mesmo assim, Mourão, repetiu sua crítica ao 13º.

A estimativa de incremento na economia com o pagamento do 13º salário, divulgada nesta quinta-feira (18), que foi feita Dieese, inclui trabalhadores do mercado formal e beneficiários da Previdência, um total de 84,5 milhões de pessoas.

O cálculo abrange 48,7 milhões de trabalhadores com carteira assinada, sendo 1,8 milhão de empregados domésticos, e 35,8 milhões de aposentados e pensionistas (34,8 milhões beneficiários do INSS), com média de R$ 2.319,59.

Dois terços do 13º, R$ 139,4 bilhões, vão para trabalhadores formalizados. Aposentados e pensionistas ficam com R$ 71,8 bilhões (34%). Apenas no estado de São Paulo o valor chegará a R$ 60,7 bilhões, 29% do total do país.

O valor total cresceu 2,8% em relação a 2017. Considerada a inflação (INPC-IBGE) prevista para o ano, o instituto calcula queda de 1,3%.

O Dieese usou dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho, além da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, do IBGE), Previdência Social e Secretaria Nacional do Tesouro. Não estão incluídos trabalhadores autônomos e assalariados sem carteira, entre outros, sem direito ao 13º salário.

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