A CUT-SC, junto com as principais centrais sindicais do estado, enviou uma carta aos empresários reforçando a importância do isolamento social e exigindo que sejam suspensas as atividades não essenciais. Desde o início da quarentena decretada no Estado, as entidades patronais estão pressionando o governo para retomar as atividades econômicas, lançando ações como o Movimento Reage SC.
O governador de SC, cedendo à pressão dos empresários e indo contra a recomendação das organizações de saúde, há algumas semanas está flexibilizando a quarentena e liberando a retomada de diversos setores. A última decisão anunciada foi a reabertura, a partir desta segunda-feira (13), de hotéis, pousadas, comércio de rua e estabelecimentos que vendam alimentos (para retirada no balcão).
Para a presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, o que os empresários de Santa Catarina estão fazendo é um ataque à vida dos catarinenses “Todos estão vendo o que esse vírus está causando no mundo. Exigir que os trabalhadores voltem às atividades neste momento é a prova de que o lucro está acima da vida para os patrões”.
No documento enviado aos empresários, as centrais sindicais afirmam que não compactuam “com o discurso meramente econômico da crise em detrimento da vida dos catarinenses. Afrouxar o isolamento social agora levará ao colapso das atividades sociais e do sistema de saúde, agravando ainda mais a situação, inclusive do ponto de vista econômico”. A carta encerra com o mesmo recado que foi dado pelas entidades dos trabalhadores ao governador: “Srs. Empresários, se formos obrigados a trabalhar em condições de morte, seremos obrigados a fazer greve em favor da vida!”
Senhores Empresários, viemos por meio desta carta exigir que os senhores que coloquem a vida acima do lucro! Determinar que os trabalhadores e trabalhadoras voltem a trabalhar neste momento é sujar as suas mãos de sangue. Reivindicamos a suspensão imediata de todas as atividades que não forem essenciais e a ampliação das atividades à distância. Todas as organizações nacionais e internacionais de saúde afirmam que não existe a possibilidade de “conviver” com o vírus. O isolamento social é a única medida possível neste momento para conter o avanço da pandemia.
Os senhores deveriam se envergonhar de promover campanhas como a “Reage SC”. Vocês também querem se desculpar publicamente como aconteceu com o prefeito de Milão? Ele se arrependeu por ter apoiado a campanha “Milão não para” – muito parecida com a iniciativa dos senhores aqui no Estado – que iniciou no dia 26 de fevereiro, quando a Itália tinha 258 pessoas infectadas e 12 óbitos, e agora, pouco mais de um mês depois, o país já contabiliza 140 mil casos confirmados de covid-19 e quase 18 mil mortes. Não existe negociação neste momento: a crise econômica é possível superar, as vidas não voltam mais!
A crise econômica que estamos vivendo já estava acontecendo antes mesmo da pandemia. Usar o vírus como desculpa para demitir trabalhadores, reduzir salários e retirar direitos é inadmissível. Vocês precisarão dos trabalhadores e trabalhadoras para saírem desta crise. Eles são a força de trabalho para fazer as empresas funcionarem e os consumidores que injetam dinheiro na economia interna.
As centrais sindicais abaixo assinadas repudiam veementemente a pressão que os senhores estão fazendo para a retomada da economia. Não compactuamos com o discurso meramente econômico da crise em detrimento da vida dos catarinenses. Afrouxar o isolamento social agora levará ao colapso das atividades sociais e do sistema de saúde, agravando ainda mais a situação, inclusive do ponto de vista econômico.
Reivindicamos a garantia da estabilidade e a renda dos trabalhadores que estão em isolamento e todas as condições e equipamentos de segurança para aqueles que não podem suspender suas atividades e continuam expostos ao risco de contaminação.
Como representantes da classe trabalhadora exigimos ser ouvidos pelas entidades patronais para defender as reivindicações e exigências dos trabalhadores diante da pandemia. Combateremos todas as medidas que ataquem os salários, os empregos e os direitos trabalhistas e reivindicamos ações efetivas de proteção da saúde e da renda da classe trabalhadora.
Reafirmamos nossa posição em defesa intransigente da vida. Não podemos aceitar que os interesses econômicos sejam colocados à frente da proteção à vida dos catarinenses.
Srs. Empresários, se formos obrigados a trabalhar em condições de morte, seremos obrigados a fazer greve em favor da vida!
CUT-SC
CSP Conlutas
CTB
CSB
Intersindical
UGT
Fonte: CUT-SC | Escrito por: Pricila Baade | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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